12/09/2011 12:35
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Sinônimos e Nomes Populares:
AVC, Derrame cerebral.
O QUE É?

O acidente vascular cerebral é uma doença caracterizada pelo início agudo de um deficit neurológico (diminuição da função) que persiste por
pelo menos 24 horas, refletindo envolvimento focal do sistema nervoso central como resultado de um distúrbio na circulação cerebral que
leva a uma redução do aporte de oxigênio às células cerebrais adjacentes ao local do dano com consequente morte dessas
células; começa abruptamente, sendo o deficit neurológico máximo no seu início, e podendo progredir ao longo do tempo.
O termo ataque isquêmico transitório (AIT) refere-se ao deficit neurológico transitório com duração de menos de 24 horas até total retorno
à normalidade; quando o deficit dura além de 24 horas, com retorno ao normal é dito como um deficit neurológico isquêmico reversível (DNIR).
Podemos dividir o acidente vascular cerebral em duas categorias:
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O acidente vascular isquêmico consiste na oclusão de um vaso sangüíneo que interrompe o fluxo de sangue a uma região
específica do cérebro, interferindo com as funções neurológicas dependentes daquela região afetada, produzindo uma
sintomatologia ou deficits característicos. Em torno de 80% dos acidentes vasculares cerebrais são isquêmicos.
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No acidente vascular hemorrágico existe hemorragia (sangramento) local, com outros fatores complicadores tais
como aumento da pressão intracraniana, edema (inchaço) cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais. Em torno
de 20% dos acidentes vasculares cerebrais são hemorrágicos.
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COMO SE DESENVOLVE OU SE ADQUIRE?
Vários fatores de risco são descritos e estão comprovados na origem do acidente vascular cerebral, entre eles
estão: a hipertensão arterial, doença cardíaca, fibrilação atrial, diabete, tabagismo, hiperlipidemia. Outros fatores que podemos
citar são: o uso de pílulas anticoncepcionais, álcool, ou outras doenças que acarretem aumento no estado de coagulabilidade
(coagulação do sangue) do indivíduo.
O QUE SE SENTE?
Geralmente vai depender do tipo de acidente vascular cerebral que o paciente está sofrendo se isquêmico ou hemorrágico.
Os sintomas podem depender da sua localização e da idade do paciente. Os principais sintomas do acidente vascular cerebral incluem:
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Fraqueza:
O início súbito de uma fraqueza em um dos membros (braço, perna) ou face é o sintoma mais comum dos acidentes
vasculares cerebrais. Pode significar a isquemia de todo um hemisfério cerebral ou apenas de uma área pequena
e específica. Podem ocorrer de diferentes formas apresentando-se por fraqueza maior na face e no braço que na perna;
ou fraqueza maior na perna que no braço ou na face; ou ainda a fraqueza pode se acompanhar de outros sintomas.
Estas diferenças dependem da localização da isquemia, da extensão e da circulação cerebral acometida.
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Distúrbios Visuais:
A perda da visão em um dos olhos, principalmente aguda, alarma os pacientes e geralmente os leva a procurar
avaliação médica. O paciente pode ter uma sensação de "sombra'' ou "cortina" ao enxergar ou ainda pode apresentar
cegueira transitória (amaurose fugaz).
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Perda sensitiva:
A dormência ocorre mais comumente junto com a diminuição de força (fraqueza), confundindo o paciente; a
sensibilidade é subjetiva.
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Linguagem e fala (afasia):
É comum os pacientes apresentarem alterações de linguagem e fala; assim alguns pacientes apresentam
fala curta e com esforço, acarretando muita frustração (consciência do esforço e dificuldade para falar); alguns pacientes
apresentam uma outra alteração de linguagem, falando frases longas, fluentes, fazendo pouco sentido, com
grande dificuldade para compreensão da linguagem. Familiares e amigos podem descrever ao médico este sintoma
como um ataque de confusão ou estresse.
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Convulsões:
Nos casos da hemorragia intracerebral, do acidente vascular dito hemorrágico, os sintomas podem se manifestar
como os já descritos acima, geralmente mais graves e de rápida evolução. Pode acontecer uma hemiparesia
(diminuição de força do lado oposto ao sangramento) , além de desvio do olhar. O hematoma pode crescer,
causar edema (inchaço), atingindo outras estruturas adjacentes, levando a pessoa ao coma. Os sintomas
podem desenvolver-se rapidamente em questão de minutos.
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COMO O MÉDICO FAZ O DIAGNÓSTICO?
A história e o exame físico dão subsídios para uma possibilidade de doença vascular cerebral como causa da sintomatologia
do paciente.Entretanto, o início agudo de sintomas neurológicos focais deve sugerir uma doença vascular em qualquer idade,
mesmo sem fatores de risco associados. A avaliação laboratorial inclui análises sanguíneas e estudos de imagem
(tomografia computadorizada de encéfalo ou ressonância magnética). Outros estudos: ultrassom de carótidas e vertebrais,
ecocardiografia e angiografia podem ser feitos.
COMO SE TRATA E COMO SE PREVINE?
Geralmente existem três estágios de tratamento do acidente vascular cerebral: tratamento preventivo, tratamento do acidente
vascular cerebral agudo e o tratamento de reabilitação pós-acidente vascular cerebral.
O tratamento preventivo inclui a identificação e controle dos fatores de risco. A avaliação e o acompanhamento neurológicos
regulares são componentes do tratamento preventivo bem como o controle da hipertensão, da diabete, a suspensão do tabagismo
e o uso de determinadas drogas (anticoagulantes) que contribuem para a diminuição da incidência de acidentes vasculares cerebrais.
Inicialmente deve-se diferenciar entre acidente vascular isquêmico ou hemorrágico.
O tratamento agudo do acidente vascular cerebral isquêmico consiste no uso de terapias antitrombóticas (contra a coagulação do sangue)
que tentam cessar o acidente vascular cerebral quando ele está ocorrendo, por meio da rápida dissolução do coágulo que está causando
a isquemia. A chance de recuperação aumenta quanto mais rápida for a ação terapêutica nestes casos. Em alguns casos selecionados,
pode ser usada a endarterectomia (cirurgia para retirada do coágulo de dentro da artéria) de carótida. O acidente vascular cerebral em
evolução constitui uma emergência médica, devendo ser tratado rapidamente em ambiente hospitalar.
A reabilitação pós-acidente vascular cerebral ajuda o indivíduo a superar as dificuldades resultantes dos danos causados pela lesão.
O uso de terapia antitrombótica é importante para evitar recorrências. Além disso, deve-se controlar outras complicações,
principalmente em pacientes acamados (pneumonias, tromboembolismo, infecções, úlceras de pele) onde a instituição de
fisioterapia previne e tem papel importante na recuperação funcional do paciente.
As medidas iniciais para o acidente vascular hemorrágico são semelhantes, devendo-se obter leito em uma unidade de
terapia intensiva (UTI) para o rigoroso controle da pressão. Em alguns casos, a cirurgia é mandatória com o objetivo de se
tentar a retirada do coágulo e fazer o controle da pressão intracraniana.
QUAL É O PROGNÓSTICO?
Mesmo sendo uma doença do cérebro, o acidente vascular cerebral pode afetar o organismo todo. Uma sequela comum
é a paralisia completa de um lado do corpo (hemiplegia) ou a fraqueza de um lado do corpo (hemiparesia). O acidente
vascular cerebral pode causar problemas de pensamento, cognição, aprendizado, atenção, julgamento e memória. O
acidente vascular cerebral pode produzir problemas emocionais com o paciente apresentando dificuldades de controlar suas
emoções ou expressá-las de forma inapropriada. Muitos pacientes apresentam depressão.
A repetição do acidente vascular cerebral é frequente. Em torno de 25 por cento dos pacientes que se recuperam do seu
primeiro acidente vascular cerebral terão outro dentro de 5 anos.
Fonte: https://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?6